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ROMEO - VERSÃO MONTESCA DA TRAGÉDIA DE VERONA de Julio Salvatierra

 

O PORQUÊ

Desde o nascimento do Teatro Meridional que o repto dos grandes clássicos esteve sempre no nosso horizonte. Não pelo facto de serem reconhecidos como clássicos, mas porque muitos desses textos são efectivamente extraordinários e a cujo fascínio não podíamos escapar. "Romeu e Julieta" é sem dúvida um desses grandes textos. A influência da prática teatral renacentista italiana sobre o texto de Shakespeare, deu lugar ao aparecimento do que alguns chamam a primeira Tragédia Romántica. Introduzir o tema amoroso como centro de uma tragédia supôs uma novidade quase revolucionária no teatro isabelino. Em "Romeu e Julieta" o espectador assiste a um conflito que lhe é familiar, que o interessa, e esta "aproximação" do cenário ao público converte-se desde então numa característica valiosíssima do teatro tal qual como hoje o conhecemos. Para além disso, esta obra, como não podia deixar de ser tratando-se de Shakespeare, questiona o conflito do amor de uma forma que se enraizou na consciência do homem ocidental como o ideal do amor puro. O amor de Romeu e Julieta contrapõe-se à visão do amor das outra personagens: a cortesã, a pragmática, a convencional ou a moralista. E para o bem ou para o mal configura-se como referência de toda uma cultura, que é a nossa. Se a isto acrescentarmos as outras linhas do conflito - destino-vontade; vida-morte; juventude-velhice... - teremos um texto ao qual dificilmente poderemos resistir. O nosso "Romeu. Versão montesca da Tragédia de Verona", em particular, é uma resposta à pergunta: o que é que nós podemos acrescentar a uma obra tantas vezes representada? E para já adiantamos a resposta evidente e principal: nada, a não ser o nosso prazer de criar e viver com o público uns momentos de cumplicidade e comunicação. O que não é pouco. Mas para além disso, existem efectivamente duas razões que nos levaram a confrontarmos-nos com este desafio tão particular. A primeira, é poder transmitir uma visão própria do amor: a do homem. O facto de ser apenas uma das partes a responsável por dar vida à outra, acreditamos que pode trazer a esse amor uma dimensão que não é estranha à sua natureza. A segunda é levar à prática, mais uma vez, a nossa visão particular do teatro. A do actor, capaz de contar histórias com o mínimo de elementos necessários, isto é, sem cenografias, sem parafernálias, inclusivé sem todas as personagens. Apenas o seu próprio corpo, a sua voz, a sua relação com o público, o ritmo, a música, o humor e a ternura sobre o cenário. E, por mais paradoxal que pareça, tudo isto não supõe um empobrecimento do espectáculo, antes pelo contrário. Não queremos dar mais explicações, o Teatro nunca se faz sobre o papel. O espectáculo deve bastar-se a si mesmo. Será aí o local certo para nos emcontrarmos. Até lá!

 

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Actores Pedro Alonso/António Castro(Romeo),  Alvaro Lavín(Mercutio/Fray Juan) e Oscar Sánchez(Benvolio/Fray Lorenzo) | Desenho de Figurinos Jorge Pérez Realização de Figurinos Rosa Mª Carrascosa López e Eva San Miguel FotografIa e Vídeo José Antonio Izaguirre, Pedro Sena Nunes e Ângela Desenho Gráfico Miguel Salvatierra Técnico de Luz e Som Julio Salvatierra e César Linares Selecção Musical Teatro Meridional a partir de autores ingleses del S. XVI (Dowland, Weelkes, anónimos...,) Produção Teatro Meridional Tradução e Adaptação Julio Salvatierra Desenho de Luzes e Encenação Teatro Meridional

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