MENOS EMERGÊNCIAS de Martin Crimp
Com Bruno Huca, Catarina Rôlo Salgueiro, Filomena Cautela,José Leite, Márcia Cardoso, Rafael Gomes, Rita Cruz, Tânia Alves, Teresa Coutinho e Vítor Oliveira Direcção musical Rita Nunes (Saxofone barítono) Orquestra Ana Teófilo (Saxofone alto), Bruno Mimoso (Bateria), Eduardo Jordão (Baixo), Emília Santos (Trompete), Fernando Soares (Saxofone tenor), Gil Henriques (Violino), Ivo Rodrigues (Trompete), José Massarão (Saxofone soprano), Mário Amândio (Trombone) Raquel Cravino (Violino), Rita Nunes (Saxofone barítono) Simon Wadsworth(Pianista) Apoio vocal Sara Belo Coro Feminino Ana Amaral, Ana Leppanen, Ana Lopes, Ana Lopes Gomes, Ana Lúcia Magalhães, Ana Paula Almeida, Ana Valentim, Andrea Pereira, Catarina Campos Costa, Célia Jorge, Diana Costa e Silva, Fernanda Paulo, Filipa Duarte, Inês Gonçalves, Inês Laranjeira, Joana Almeida, Judite Dias, Katrin Kaasa, Mariana Norton, Marta Inocentes, Nídia Roque, Rita Brutt, Sara Gonçalves, Silvana Peres, Soraia Tavares, Stephanie Silva Coro Masculino André Albuquerque, Bernardo Almeida, Diogo Tomás, Isac Graça, João Ascenso, João Barros, João Craveiro, João Serra Rodrigues,José Lobo, José Sotero, Marco Mendonça, Mário Abel, Nuno Fonseca, Rafael Barreto, Romeu Vala, Ruben Santos, Sílvio Vieira Desenho de Luz Elduplo Direcção e Operações Técnicas Filipe Pureza Fotografia Raquel Albino Assistência de encenação Ana Lopes Gomes Encenação Ricardo Neves-Neves M16
Menos Emergências, Martin Crimp
Numa altura em que a Europa tem um peso cada vez mais esmagador em Portugal, queremos trazer à cena um texto que espelha a realidade não só de um país específico, mas de um conceito de “primeiro-mundismo" solitário, flácido, perigoso e infértil a que toda a Europa arrisca cair.
Ricardo Neves-Neves
Menos Emergências é uma trilogia de peças ou 3 episódios de uma crónica sobre a miséria humana, contada pela voz do que poderá ser uma certa burguesia florida e suburbana europeia. É um texto político e moralmente incorrecto, onde a pobreza de espírito das personagens espelham uma certa mediocridade entre as relações humanas e a forma como lidam com a violência e a crueldade. É uma peça fria, sofisticada, porém bárbara, hesitante e um excelente retrato sobre a hipocrisia educada e elegante, presente nas relações humanas.
Menos Emergências poderá ser uma mentira. A narrativa que os actores contam poderá não ser a descrição de uma acção passada, mas a criação de uma história onde as personagens têm o (cruel) prazer de criar. Trata-se de um equívoco, uma distorção dos factos e um apelo à consequência e ao superficial para explicar a existência.
Num tempo indefinido e em terreno árido, as personagens que se encontram neste episódio prefiguram um questionamento do plano ético sobre a estrutura da ordem civilizacional que conhecem. É um olhar atento, mas ingénuo, crédulo e simples sobre a paisagem social e intelectual, as oscilações de bem-estar e de poder, numa realidade desconhecida, mas cujos vértices tocam a nossa.
No plano estético de representação e na linguagem dramatúrgica há a desconstrução do “razoável”, a procura de um imaginário grotesco e absurdo, um convite à entrada do artifício e do ridículo.
A influência da Música e a sua aplicação funcional no texto, na estética visual e no movimento é fundamental. O texto tem um movimento sonoro que roça o conceito musical, que a encenação poderá sublinhar através de signos musicais e visuais.
Esta é uma peça num acto, com a sucessão rápida e diluída de cenas, que marcam o levantamento de questões e uma viragem da disposição conveniente do poder.
O discurso é assente num dispositivo cénico e plástico simples, procurando uma essencialidade monocromática, que suportam firmemente a complexidade, sonoridade e movimento do texto. A cenografia em estreita relação com a luz, deverá recorrer à maior simplicidade de meios possível. Assim, o desenho criado pela forma e polifonia do texto, manipulados pela encenação e pelos atores, potência o cariz frio e cruel do mesmo. O mecanismo cénico frontal, próximo em termos visuais do que é tradicionalmente associado à Ópera, assume e mostra o artifício teatral e a transparência da 4ª parede, criando um jogo teatral na contracena entre atores e o público (este não se assume enquanto uma terceira personagem, mas enquanto destinatário consciente da acção). O movimento dos actores, mais livre na máscara que no corpo, deverá obedecer a uma partitura rigorosa com a criação de imagens que potenciem o movimento do texto.
Teatro do Eléctrico
O Teatro do Eléctrico é uma associação cultural, que começa a manifestar-se enquanto estrutura em 2006, aquando do convite de Jaime Salazar Sampaio e da SPA para a criação de um espectáculo (Delírio non-desvario).
Oficialmente criado em 2008 por jovens profissionais do espectáculo recém formados (Teatro e Música), com o intuito de exploração artística na área do Teatro, a partir de novas dramaturgias, arriscando a utilização da palavra para um universo mais pessoal e singular.
Estreou em 2008 O Regresso de Natasha e Manual.
Em 2009, apresenta Black Vox.
Em 2010 transforma O Regresso de Natasha e estreia A Porta Fechou-se e a Casa Era Pequena.
Em 2011/12, co-produz com o Teatroesfera A Festa, Fantoches Gigantes e Mary Poppins, a mulher que salvou o mundo.
Em 2012 estreia ainda O Solene Resgate, peça para 4 músicos e 40 actores sentados.
Em 2013, faz as reposições de Mary Poppins, a mulher que salvou o mundo e O Solene Resgate.